Conhecida por suas paisagens paradisíacas, a ilha de Bali, na Indonésia, voltou a ser palco de uma prisão envolvendo um brasileiro por tráfico de drogas, um crime que, naquele país, pode custar a vida do condenado.
O caso mais recente envolve um homem detido ao desembarcar com 3 quilos de cocaína, após voo vindo de Dubai. A informação foi confirmada pela agência estatal de notícias Antara, nesta quinta-feira (24).
De acordo com autoridades locais, o suspeito admitiu que recebeu a droga no Brasil e deveria entregá-la a um desconhecido em Bali. O mandante do crime teria repassado instruções à distância, mas apagou todas as conversas e desapareceu após o flagrante.
O brasileiro foi indiciado com base na Lei nº 35/2009 sobre narcóticos, nos artigos que tratam de tráfico em larga escala, infração que pode levar à pena de morte ou prisão perpétua, conforme a gravidade do caso.
Para tentar prender o destinatário da droga, a polícia da Indonésia simulou uma entrega, mas ninguém apareceu no local combinado. Com isso, os investigadores acreditam que o esquema envolvia intermediários instruídos a desaparecer caso algo desse errado, o que, aparentemente, ocorreu.
A prisão revive a lembrança de outros episódios envolvendo brasileiros no país asiático. Em 2023, a paraense Manuela Vitória de Araújo Farias escapou da pena de morte, mas foi condenada a 11 anos de prisão por tráfico de quase dois quilos de cocaína também em Bali. Ela foi flagrada ao chegar ao aeroporto com a droga escondida na bagagem.
Já em 2015, dois brasileiros foram executados por fuzilamento por envolvimento com o tráfico internacional. Rodrigo Gularte, preso em 2005 com cocaína escondida em pranchas de surfe, e Marco Archer, detido com mais de 13 kg da droga dentro de uma asa delta desmontada, não escaparam da pena capital, mesmo com pedidos de clemência internacional.
A Indonésia é amplamente conhecida por sua tolerância zero em relação a entorpecentes. As penas para tráfico variam de longas condenações a execuções públicas por fuzilamento, prática criticada por organizações de direitos humanos, mas mantida pelas autoridades do país como forma de dissuadir o crime.
Apesar dos riscos amplamente conhecidos, brasileiros continuam sendo usados como "mulas" por organizações criminosas que exploram a vulnerabilidade financeira e a ilusão de impunidade para recrutar transportadores de drogas.
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